'Professora veio correndo e falou para fechar a porta porque havia um atirador', diz estudante; veja relatos
Ataque em escola perto de Atlanta, na Geórgia, deixou 4 mortos e 9 feridos, segundo a polícia estadual. Um suspeito foi detido. Diversos estudantes e familiares deram relatos dos momentos de tensão na Apalachee High School. Polícia entrando em escola da Geórgia após relato de tiros
REUTERS/ABC AFFILIATE WSB
Uma escola de ensino médio no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, foi alvo de um atirador nesta quarta-feira (4). O caso aconteceu na Apalachee High School, a escola de ensino médio do condado de Barrow, na cidade de Winder, que fica nos arredores de Atlanta.
Segundo o escritório de investigação do governo da Geórgia, quatro pessoas morreram baleadas, e outras quatro ficaram feridas após serem atingidas por disparos do atirador. O chefe da polícia local, Jud Smith, disse que daria mais informações sobre o caso ainda nesta quarta. (Leia mais sobre o tiroteio abaixo)
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Em entrevista à ABC News, um estudante, Sergio Caldera, de 17 anos, contou que estava na aula de química quando os tiros começaram a ser ouvidos:
"Minha professora abriu a porta para ver o que estava acontecendo. Outra professora veio correndo e falou para ela fechar a porta porque havia um atirador", disse o estudante.
Ainda segundo o aluno, a professora trancou a porta e todos correram para o fundo da sala enquanto ouviam gritos do lado de fora. Ele disse que, em determinado momento, alguém bateu na porta da sala e ordenou: "Abram!". Quando as batidas pararam, Caldera disse que ouviu mais tiros e gritos.
Veja outros relatos de estudantes e familiares abaixo:
'Por favor, me diz que você está brincando', diz mãe após ser avisada pelo filho de tiroteio
A mãe de um estudante de 15 anos disse à Reuters que seu filho avisou ela do tiroteio por meio de mensagem de texto.
"Meu filho me mandou uma mensagem de texto, ele disse, 'mãe, houve um tiroteio'. Como ele brinca muito, eu disse 'filho, por favor, me diga que você está brincando'. 'Não estou brincando, mãe. Tem tiroteio na escola e o atirador está bem em frente ao meu corredor.' E eu disse 'ore' e imediatamente saí correndo e estava a caminho daqui", relatou a mulher.
A mulher ainda destacou o papel do professor no momento do incidente: "Meu filho estava na sala de aula, e o atirador estava atirando do outro lado da sala, então o treinador dele bloqueou a porta e trancou a porta para impedir que o atirador entrasse na sala", disse.
"Estou chocada porque isso é o condado de Barrow, e coisas assim nunca acontecem aqui. Então, é chocante. Quero dizer, muitas crianças estão em choque e chorando, e os pais também, porque não pensamos que isso aconteceria aqui", disse a mulher.
Ela disse que já se reencontrou com o filho, que foi levado ao campo de futebol junto com outros alunos.
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'Ele foi muito corajoso', diz mãe de aluno que bloqueou a porta da sala com colegas
Quando Erin Clark, de 42 anos, recebeu uma mensagem de texto de seu filho Ethan, um aluno do último ano do ensino médio, dizendo que havia um atirador na escola, ela saiu correndo para o local. Quando chegou à escola, ela foi direcionada ao campo de futebol e o encontrou sentado nas arquibancadas.
Segundo Clark, Ethan estava escrevendo uma redação na aula quando ouviu o som de tiros. Seu filho então trabalhou com seus colegas para bloquear a porta e se esconder.
"Estou tão orgulhosa dele por ter feito isso. Ele foi muito corajoso", ela disse.
Clark disse que está com medo de mandar o filho de volta para a escola após o incidente: "Não sei o que vou fazer", confessou.
Só acreditou que era real quando ouviu policial gritando
Jacob King, um jogador de futebol do segundo ano do ensino médio, disse que havia cochilado em sua aula de história mundial após o treino matinal, quando ouviu cerca de 10 tiros.
King disse que não acreditou que o tiroteio era real até ouvir um policial gritando para alguém largar a arma. King disse que, quando sua turma foi retirada, viu os policiais protegendo o que parecia ser um aluno ferido.
'Só para você saber, eu te amo', disse aluno a irmã
Ashley Enoh disse que estava em casa quando recebeu uma mensagem de texto de seu irmão, que é aluno do último ano da Apalachee High School:
"Só para você saber, eu te amo", escreveu o irmão para ela.
Quando ela perguntou no grupo da família o que estava acontecendo, ele disse que havia um atirador na escola. A irmã mais nova de Enoh, que está no penúltimo ano da escola, disse que tinha ouvido falar sobre o atirador e que tudo estava em lockdown.
Tiroteio
Imagens aéreas mostram lockdown em escola da Geórgia após relatos de tiroteio
Segundo o escritório de investigação do governo da Geórgia, quatro pessoas morreram baleadas, e outras nove ficaram feridas após serem atingidas por disparos do atirador.
Em um comunicado, a polícia disse que ter sido avisada sobre disparo de tiros na escola por volta das 10h23 no horário local (11h23 no horário de Brasília). Dezenas de agentes foram enviados, e um suspeito foi detido.
"Aproximadamente às 10h23, policiais de diversas delegacias e bombeiros foram enviados à escola devido a um relato de tiroteio", diz comunicado divulgado pelo gabinete do xerife local.
Após retirar os alunos de dentro do prédio da escola, os policiais os levaram ao campo de futebol americano da instituição. Imagens aéreas transmitidas pelo canal de notícias local "WJCL" mostram a movimentação intensa de pessoas, além de viaturas e ambulâncias. Veja acima.
De acordo com o jornal local "Athens Banner-Herald", a escola enviou uma mensagem aos pais às 10h45 do horário local, dizendo:
“Apalachee High School está sob lockdown rígido após relatos de tiros. A polícia está aqui. Por favor, não tente vir à escola neste momento enquanto os policiais trabalham para proteger a área".
Por determinação policial, todas as escolas do condado foram fechadas como "medida de precaução".
O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, disse que o FBI e o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos foram à escola cooperando com as forças locais. Garland afirmou também que o Departamento de Justiça americano está preparado para fornecer recursos e apoio nos próximos dias.
Às 12h, um porta-voz disse que o incidente estava sob controle e que os alunos estavam sendo liberados.
O escritório de campo do FBI em Atlanta enviou agentes para a escola para dar suporte à polícia local, disse Jenna Sellitto, porta-voz do escritório.
Segundo a Casa Branca, o presidente Joe Biden já foi informado sobre o ocorrido.
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